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Agora Vai!

  • idadecronica
  • 9 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 16 de mar.

O ano começou. O batuque do último bloco se despediu junto de um abafado domingo de março. Depois do banho, o excesso de glitter ainda brilha tanto quanto a  consciência das promessas que precisarão ser pagas. Agora vai! A gente precisa fazer acontecer os planos da tradicional lista da virada do ano, daquelas resoluções que precisamos dar check enquanto 2025 transcorre. É hora de ficar longe da rolagem do feed, de parar de faltar ao treino das 6 da manhã, de dormir mais cedo, de cobrar das crianças uma alimentação mais equilibrada, de entregar o relatório de fechamento das vendas com mais antecedência... de gostar menos do crush e mais da gente


O dia de hoje vem acompanhado do sentimento de “agora é sério”. Mas será mesmo? Quem disse que precisamos de um "agora" tão exato? Vivemos numa era em que tudo tem que ser otimizado: corpo, mente, produtividade, amor. E se a gente aceitasse que nem sempre precisamos ser a versão premium de nós mesmos? A vida, nesse domingo, sem desculpas, vira um grande tutorial pra muitos de nós: acorde às 5h, tome chá detox, medite, faça yoga, leia 10 páginas por dia, corra 5 km e sorria. Mas e se, ao invés disso, a gente só... vivesse? 

Já há algum tempo eu me prometi não fazer mais promessas. Venho gostando bem da ideia. Quanto mais faço o que quero e não o que manda a cartilha dos gurus em proliferação, mais confio que posso fazer escolhas acertadas por minha conta própria. Quanto mais deixo de me importar com regras que, ao invés de me moldarem, me deformam, mais minhas imperfeições deixam de incomodar meus pensamentos. Não escondo mais cicatrizes, a flacidez é acolhida no corpo e nos planos, a minha sugestão não precisa mais ser a melhor da sala... Se na quarta eu escuto Adele baixinho no carro, na quinta eu dirijo com o volume no máximo cantando Jorge e Mateus “das antigas”. Acordo fitness, como feijoada no almoço. Hoje durmo com as galinhas e, ontem,  amanheci o dia com as mesmas galinhas julgando minha olheira funda de uma noite virada em companhia da minha série da vez. 


No cotidiano da meia idade, o cabelo não está sempre alinhado, a barriga não está sempre reta, a mente não está sempre produtiva. E tudo isso faz parte de escolhas conscientes que faço pra tornar o dia mais leve, a vida mais gostosa. Acredito, de verdade, que dá para deixar as vontades mais soltas e, no meio disso, encontrar uma paz genuína, sem perder nossas virtudes e valor. 

Fazer menos promessas me ensinou uma coisa: a vida flui melhor quando não a enchemos de metas e progresso obrigatório. Deixar as vontades fluirem é um jeito de aprender a confiar em si mesmo e, aí sim, progredir. No fim das contas, talvez o segredo seja parar de seguir gente que promete fórmulas mágicas e começar a seguir mais a própria intuição. Cumprir as obrigações? Claro. Mas sem esquecer que as vontades também merecem prioridade.


Ando desconfiada que algumas promessas só servem mesmo pra completar as tradições do réveillon. Na vidaaaa mesmo, essa de todo dia, o que parece caber bem é nossa capacidade de improviso, menos listas e mais ação. 



Idade Crônica - Rejayne Nardy

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Obrigada por escolher Idade Crônica!

ASIN ‏ : ‎ B0DNKCQFVM

ISBN 978-65-01-21095-7

Ano de publicação: 2024

Impresso por: Fábrica do Livro

Distribuído por Amazon Brasil

Copyright ©Rejayne Nardy 2024 - Idade Crônica - Todos os direitos reservados.

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