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Envelheci. E ainda dou um bom caldo.

  • Foto do escritor: Rejayne Nardy
    Rejayne Nardy
  • 12 de out.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de out.

Envelheci.

Não no sentido dramático —não perdi minha paixão por aprender,nem minha curiosidade,muito menos a produtividade. Mas, para o mercado, uma experiência de mais de 20 anos,que deveria me tornar mais confiável,pode soar como sinônimo de “superada”.


Eu? Eu continuo aqui. De pé. Com menos jargões atualizados, talvez.Mas com muito mais lastro. Já não me impressiono com brainstorms revolucionários embalados por IA, nem com frases perfeitas em templates impecáveis —aquelas que aparecem em reuniões feitas pra provar que se trabalhou “direito”. Hoje, o que me impressiona é gente que entrega. Gente que entende o valor do tempo. Que respeita o silêncio produtivo. Gente que sabe que um “não” nem sempre exige explicação —e que o “sim” tem um custo. Sempre.


A verdade é: eu ainda dou um bom caldo.E quem quiser comprovar, precisa ficar por perto. Não pode se ancorar em certezas de incontáveis especialistas viralizadosno limite de seus algoritmos. Ainda presto. E não é só por conhecer atalhos.

É porque, nessa altura da corrida, eu já aprendi a não perder tempo com drama corporativo. Com o chefe envolto em grandes sonhos, sem “mão na massa”. Ou com o time que exige o melhor cenário...só pra entregar o mínimo.


Eu foco na entrega. Pouca conversa, muita troca —implícita no silêncio que produz. Produz muito. Priorizei a simplicidade que faz as coisas funcionarem. Isso traz paz. Isso traz sono tranquilo.


Às vezes me pergunto: de onde vieram esses planos de máxima elaboração e pouca consistência dos dias atuais? E eu enxergo, no fundo, aqueles chefes que nos obrigaram a amadurecer. Sim — muitas vezes eles vieram disfarçados de tiranos, desatentos, injustos, confusos. Outras vezes, eram crianças birrentas promovidas cedo demais. Quanto desperdício de energia...

Mas todos eles — sem exceção — me moldaram.

Aprendi com os chefes que erraram. Aprendi com os que não sabiam liderar. E agradeço, especialmente, àqueles que lideraram de verdade —com escuta, com coragem, com vulnerabilidade. Esses são, de fato, os inesquecíveis.

Mas, na contramão da lógica, no Dia das Crianças, minha homenagem vai pra vocês —os chefes imaturos. Vocês, que me escondiam “a real” depois das reuniões difíceis. Que gritavam e culpavam os outros pra disfarçar medo. Que controlavam tudo porque não sabiam confiar. Vocês me ensinaram a ser quem eu não quero ser.

A gente sabe: liderança se aprende com exemplos — mas se consolida no contraste.

Neste 12 de outubro, apesar da homenagem ser paras os imaturos, a lembrança que vale a trajetória vai para os raros e marcantes líderes genuínos. Aqueles que se sujaram comigo. Aquele, em especial, que entrou na frente da artilharia pra me proteger —aparecendo do nada, na reunião online que eu precisaria de ajuda. E o outro, que nunca me escondeu a verdade —e, por isso, tinha minha total lealdade.

É Dia das Crianças. É dia de todos nós — que seguimos crescendo nesse desafio de liderar. Eternas crianças: nas motivações tortas, na falta de olhar para o bem comum, nas ideias egoístas. Até que um certo dia... envelhecer é mesmo se despedir da vida produtiva. E, então, a gente se arrepende —de tanta entrega. E tão pouca relevância.

No jogo corporativo, nesse 12 de outubro, em vez de pedir mais budget, mais sorte ou mais likes... clame por amadurecimento, precoce ou no limite do tempo. Crescer é inevitável!

Foto de criança fazendo careta.

 
 
 

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